quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fusca Split Window e Impala 66

Pessoal, como disse no post anterior estou na caça destas duas reliquias.

O Diego, o mesmo do post anterior, me disse que a duas semanas atras estava negociando um diplomata em um bairro afastado aqui da cidade quando um dos presentes no bar lhe ofereceu seu fusca a venda. Segundo o Diego "era um fusquinha acabado, bem velho mesmo, daqueles que a janela atras é dividida ainda".

OPA!! Perae... um fusca Split Window por 300,00?!?!?!

Desde o dia em que ouvi essa historia estou vasculhando essa cidade como louco mas não acho o bendito fusca, estou até pensando em fazer uma vigilia em frente ao bar para ver se o cara aparece de novo. Se encontrar, podem ter certeza que vcs serão os primeiros a saber.

A outra lenda é a de um Impala 66, ou quem sabe 67. Fiquei sabendo que este carro estava abandonado a um tempo atras proximo a estação ferroviaria da cidade, porém, ao procura-lo nada encontrei, o lote esta vazio, a casa foi destruida.
Falei com os vizinhos no fim de semana, um deles me detalhou a historia do rapaz e do carro, mostrei fotos e ele ficou entre o 66 e o 67.
Porem ninguem sabe me dizer quem retirou o carro, o dono antigo ou reside em Sao Jose do Rio Preto ou ja faleceu. Preciso neste momento identificar o antigo dono do terreno na epoca da retirada do carro, somente ele podera me dizer onde foi parar.

Aguardem... no maximo semana que vem terei novidades

O resgate de um campeão

Bom dia pessoal. Descupem a demora em postar novas coisas, estou um pouco atarefado nesse fim de mes, porem ainda na captura de duas lendas vivas aqui na cidade, sinto que o clima ainda esta frio mas recebi boas dicas, porém este é o tema do proximo post.

No final da semana passada conheci um cara chamado Diego. Ele esteve presente aqui na empresa pois ficou sabendo que eu conhecia alguns opalas a venda pelo mundo. Claro que não da para virar as costas a um cara que gostaria de salvar mais um pobre inutil, então tratei de lhe mostrar as opções que conhecia.

O Diego se interessou em um comodoro 81 ja postado no blog no valor de 400,00 reais, lhe informei as condições do carro e mesmo assim ele ficou louco para conhece-lo. Me disse que trabalha com mecanica e funilaria e que esses detalhes para ele não tem importancia pois consegue arrumar tudo em casa mesmo, sendo assim fomos até Aparecida do Taboado visitar o Beronha.

Infelizmente o Beronha não achou os documentos do carro e tivemos de voltar para tras, afinal não se atravessa uma fronteira de estado sem este pequeno detalhe. Ja no dia seguinte o Diego veio logo cedo no sabado louco com uma noticia que recebeu de um funileiro sobre um opala bege por 600,00 cruzeiros e andando ainda. Eu não acreditei, e nem podia acreditar, afinal conheço cada opala dessa cidade, se não conversando com o dono pelo menos de vista, e não me recordo de nenhum opala nessas condições por esse valor. A não ser um 77 que ja havia descoberto com auxilio do mesmo funileiro mas que estava reservando para o ano que vem quando a grana fosse completa, mas esse não estava andando e tão pouco em boas condições. Por este motivo resolvi acompanha-lo na empreita no sabado a tarde.

Não deu outra, ao pegar o funileiro em casa e rumar para o bairro que imaginava ja tinha certeza que era o opalão 77 "azul calcinha" pintado de uma cor estranha. Tomei a frente da carreata e guiei a diligencia rumo ao futuro resgatado. Claro que de maneira alguma iria sacanear o rapaz apenas pq tinha interesse no carro, afinal boas pessoas a gente não acha facil por ae, agora opalas acabados ja vi mais de 100 por aqui e eu proprio ja tenho um.

Chegamos no lugar, uma chacara muito agradavel no final de um bairro periferia, e fomos recebidos por Daniel e sua esposa, grandes figuras amantes de carros antigos e de coração generoso. Logo o Daniel nos levou ao opalão aposentado, com seu 4cc confortavelmente colocado no banco do passageiro e a transmissão escondida no porta malas de um corcelzinho I.

Revisamos o carro, e como ja era de se imaginar a coisa tava feia, havia ferrugem nas caixas de ar, mas o pior é que alem disso passaram massa para esconde-las, e não era qualquer massa, era massa de cimento husahuhuashusa.
Rezas feitas, nossas esposas confraternizando, a Andressa claro ensinando a esposa do Diego como proceder agora com a paciencia ja que ele realmente ia comprar aquela coisa velha. Pronto, dinheiro pra ca, documentos pra la e a compra foi feita.
Olha ai o Diegão e o Daniel contando felizes o dinheiro sobre o opalão.











E eu ainda ganhei de presente uma roda para fazer de estepe para o meu 75. Valeu Diego.

Bom, a surpresa ainda estava por vir, ao puxarmos a capivara do meninão, descobrimos miseros 700 e la vai cacetada em multas e mais um seguro vencido, ou seja, só de docs vai facil mais de mil.
O carro foi comprado de um senhor em uma vila vizinha, o comprador era um tranquera que esta preso e os recibos estavam no nome dele. Para assinar os recibos o tranquera queria dinheiro. La se vai o Diego então atras do dono original, que contou nunca ter recebido o valor da venda do carro, sem contar que perdeu a CNH por conta das multas tomadas e que o que mais quer na vida é se ver longe da encrenca chamada 77. Deu então 2 meses para o Diego colocar a caranga pra rodar e eles vão juntos na vistoria e depois assinar uma segunda via do recibo para a transferencia.

A lataria na primeira olhada não parecia tão ruim, porém ao desmontar o Diego descobriu que a traseira ja havia sido recortada antes, e que estava faltando 1cm de um lado e 2cm de outro, ou seja totalmente torta e desalinhada. A frente ja havia sido batida antes e passou pela mão de mais ou menos 3 funileiros antes de chegar nele, sem contar os detalhes em fibra para ocultar alguns podres e problemas.

Analisando tudo isso, ontem em conversa com o Diego não pude resistir em lhe dar o muito obrigado por ter comprado essa bomba ao invés de mim, afinal haja dor de cabeça para resolver.
Daqui uns dias posto novas fotos da semi-restauração para vcs.

É isso ai. Pode tar ruim, estragado, com documentos atrasados e multas, mas é mais um Opalão a salvo das garras da perdição.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A primeira vez a gente nunca esquece

Lembro de quando nasceu minha paixão por carros antigos, inclusive enferrujados. A epoca ja era recente, bem recente diga-se de passagem. Foi em 2008.
Entediado em um final de ano, comecei a notar na beleza de alguns carros que via nos filmes e seriados. Dentre eles Dodges Charges e Fords Mustangs, fui então pesquisar sobre a história destes carros.

Curioso como sou, li sobre muitos muscle e pony (não os malditos da propaganda) cars. Aprendi sobre pontiacs, sobre barracudas, sobre GTOs, etc etc etc e me apaixonei por este universo.

Como sou estudante do tipo migrador, que sai da sua terra natal e volta duas vezes ao ano, em uma dessas voltas passei na frente de um velho desmanche que ja não existe mais na minha cidade natal, no interior do Mato Grosso.
Lembro como se fosse ontem, estava eu e Allan, meu irmão de outra mãe, andando a esmo procurando algo para fazer quando de repente bati os olhos naquela maravilha encantada. Começa ai a tambem curiosa relação que o Ford Galaxie/Landau tem na minha jornada.

Um Landau, penso eu ser de 1980, encostado com o capo semi-aberto e os olhos tristes clamava por socorro. No seu peito já não mais pulsava um potente v8, mas sim um pobre 4cc GM. Paixão a primeira vista. Porém que carro era aquele?

Afundei-me em pesquisas e descobri do que se tratava, logo quiz para mim. O projeto em si era suicidio puro, jovem (ainda sou), sem grana (ainda continuo assim) e um carro velho, enferrujado, faltando peças e todo acabado.
Porém mau tinha ideia do que avaliar em um projeto para investir. Corri no ferro velho para perguntar o preço, o dono me falou que ele chegou ali rodando, havia comprado para restaurar e depois desistiu. Pedia na época a "bagatela" de 500,00. Fiquei louco, corri em casa e falei com meu pai e minha mãe.

Nem preciso dizer qual foi a fala de meu pai na epoca (alias, é até hj, porém agora decido se escuto ou não). NÃO! NÃO e NÃO!
Que tristesa, como conseguiria dinheiro para aquilo? E depois como traria ele junto de mim para SP?
Muitas perguntas, poucas respostas e nenhuma solução, o tempo passou e eu fiquei apenas no namoro de portão com aquele belo Landau enferrujado. Depois o desmanche acabou, e ele foi jogado em um canto, quiz por diversas vezes reboca-lo para casa mas fui impedido sempre, até que em uma das minhas voltas a Mirassol D'Oeste não vi mais o meninão. Deve ter virado prego ja.

O tempo passa e a paixão aumenta. Em 2009 adquiri meu primeiro antigo enferrujado. Tratava-se de um opala coupe 1974. Figura engraçada, documentos atrasados, compra no valor de 1300,00 a perder de vista, um carro com estrutura corroida e comprometida pintado delicadamente de spray prata para "preservar" a lataria. Tinha mais massa que pizza porcaria, mas era minha paixão. Batalhei por ele durante 1 ano, porém a falta de conhecimentos tecnicos especificos e má opnião de pseudo profissionais da arte da lata me fizeram desanimar e em um gesto vergonhoso, digno de ser esquecido e mantido como segredo a sete chaves eu venti o Opalão para seu destino cruel, ele foi depenado, aproveitaram tudo que tinha de bom e depois foi mandado para a Gerdal. Esse realmente ja virou prego.

Posso lhes dizer que hj me arrependo do que fiz, deveria ter mantido e conservado o rapaz em segurança, até que chegasse o momento certo de trabalhar nele. Como faço hj com o meu 75 4 portas.

Gostaria de relatar tambem a primeira viagem investigativa que fiz para averiguar uma lenda. Foi em uma fazenda a uns 40km daqui, ouvi falar de um Landau esquecido e fui la para conferir, cheguei na sede por volta das 19 horas, escuro e com pouca energia o filho do dono me apresentou aquele monstro prata, junto de uma Rural Willys igualmente linda. A emoção de ver um carro desses se iluminar sobre a luz da lua as suas vistas é indescritivel. A fazenda chama-se São Tomé no municipio de Estrela D'Oeste.

Porém minha tentativa de compra fracassou e teve efeito contrario, o dono que herdou o carro do pai resolveu preserva-lo. Recentemente avistei o mesmo em uma oficina local dando um trato no motor. Fico feliz em saber que vai voltar aos dias de glória.

Bom pessoal, é isso. Esse foi o inicio e as primeiras aventuras com carros antigos. De ultima hora tenho a lhes dizer que ouvi boatos de um galpão em Fernandópolis abarrotado de antigos, inclusive com um Mustang. Sei que o dono do lugar é bem chato, mas vou tentar registrar imagens. Logo trago o resultado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Iturama - MG

Bom dia Pessoal.

Este fim de semana tomei rumo para Iturama em MG. Após ouvir boatos de um Galaxie abandonado por aquelas bandas não resisti e fui conferir.

O fato é, existem pessoas neste mundinho pequeno em que vivemos, que sabem das coisas, mas as vezes por um pensamento mesquinho, deturbam informações propositalmente no medo de que possamos adquirir aquele bem desejado.

Este foi o ocorrido deste fim de semana, tudo começou com uma senhora colecionadora de carros em mau estado de conservação, na qual estou em negociação para adquirir meu segundo opala. Ela me informou de um galaxie em Iturama, porém ao perceber meu interesse em conhecer o mesmo notei uma mudança em seu semblante. Questionei onde se encontrava o menino e apenas ouvi um: "perto do recinto und 3 quarteirões."

Meo Deus. Os bairros mais proximos do recinto não possuem nada, nada! Um é de alta classe e o outro mais humilde. Porem para não perder a viagem, encontrei um simpatico mineiro que dirige guinchos chamado Sergio. Este receptivo cidadão nos guiou em um Tour pela cidade, indicando algumas reliquias e desmanches.

A começar ele nos apresentou de cara um praticamente condenado Aero Willis. O meninão estava escondido em um lugar impossivel de ser achado sem nosso guia turistico.

Em detalhe na primeira foto o Sergio.

O pobre Aero, que ja teve seus dias de gloria, agora apodrece nos fundos de uma oficina, esperando que seu dono comece a restauração.
Sergio me contou que fazem 4 meses que ele esta ali, veio de outra oficina, e antes havia vindo de uma fazenda onde estava abandonado.
Sinceramente, tem solução, mas somente com muita grana no meio, o assoalho esta totalmente corroido e a traseira não fica atras.

Saindo dali, rumamos para a moradia do Seu Mauricio. Um mecanico local que ha 30 anos possui um galaxie 1970 a serviço.

Eta casinha dificil de achar, roda pra ca, vira pra la, torce daqui até que encontramos.
Ja conhecia Seu Mauricio de vista, certa vez em visita aquela cidade encontrei o galaxie do mesmo e tive a ousadia de perguntar se vendia, em resposta  tive um educado "vendo, mas não vou nem te falar o preço pq vc nao vai comprar mesmo". uhsahusahusahuas
Bom, ja perceberam a delicadeza do homem. Imagina quando se acorda o mesmo em uma tarde de sabado.

Saiu seu Mauricio, magro, sem camisa, acendendo um cigarro. Perguntou de longe o que queriamos e eu muito educado respondi que gostariamos de ver o carro.
ROUND 1.
"Ver pode ver, ja não ta vendo dai? Quer mais o que?"
"Vendo daqui eu estou mesmo, mas queria ver mais de perto, se o Sr. quizer deixar bem, se não quizer não tem problema, viro as costas e vou embora"

NOCAUTE!
Não é que esse lampejo de grosseria igualou a conversa e ele nos deixou entrar. Incrivel.

Seu Mauricio nos apresenta então ao velho galaxão que é dono desde 1970 e tantos.


Em detalhe seu Mauricio e a Andressa (Fiel Escudeira).

Seu Mauricio começou a contar a historia do big boy e de repente ficou manso. Foi fazendo amizade e até perguntou quanto eu ofereceria pelo carro.
Claro que em resposta tive de informa-lo que um carro destes não tem valor e que é ofensa oferecer algo, derivado a historia de vida dos dois.

Parece que ele ficou satisfeito com a resposta e até nos convidou a sentar e contar algumas historias.

Depois de tanta conversa, a tarde ficou curta e infelizmente encerrei a viagem em Iturama, deixamos o Sergio no seu lugar e rumamos para Fernandopolis.
Por fim, chegando aqui eis que o destino nos revela a ultima surpresa do dia, chegando em Ferpa City finalmente achei o ultimo Landau que faltava ser descoberto nesta cidade:

Pertence a um borracheiro, claro que o motor não é mais um V8, mas até que ta bonito. A decepção é quando questionei o valor: 15.000,00. Um verdadeiro "não vendo por nada neste mundo"

Bom pessoal, é isso, essa viagem não foi tãããããããããããããããão emocionante, mas foi agradavel e tive a oportunidade de conhecer otimas pessoas.

sábado, 8 de outubro de 2011

Surpresa em um dia Comum

Ontem, sem estar a caça de nenhuma lenda antiga automotiva acabei tropeçando em algo ao menos totalmente inusitado para uma sexta-feira.

SIM! UM BELISSIMO, CORVETE STINGRAY pelo que me informaram "1967".
Puta que pariu, como pode ter um corvete desses nessa cidade minuscula e eu não saber?
Pois bem, o pessoal da empresa que estava dando um trato no brilho do corvete me disseram o porque: O dono importou este belissimo modelo diretamente dos EUA, não usa o carro para nada, ele só sai desta garagem para subir na carretinha e ir direto aos Eventos de carros antigos da região. Fazem dois anos que o garotão vermelho esta nas mãos deste zeloso proprietario.


Pois bem, se eu tivesse um Corvete concerteza tambem pensaria duas vezes em tira-lo de casa para dar uma volta no transito desta cidade, onde ocorrem no minimo 3 acidentes sérios por dia, fora os outros amassadinhos normais do dia a dia.

Ontem aparentemente era o dia das surpresas vermelhas, logo em seguida vislumbrei um belo maveco GT v8 vermelho aguardando sua vez para ser polido em outra oficina. Igualmente lindo. Pelo visto vai ter evento esse fim de semana, O maveco infelizmente nao pude fotografar.

A lenda do Maverick em S.J. das Duas Pontes

Recentemente ouvi falar da historia de um maverick abandonado embaixo de uma arvore em uma fazenda em São João das Duas Pontes. Avido por fazer esta descoberta, convidei meu amigo Zen para me acompanhar em uma visita relampago no local indicado.

Munidos de um Pen Driver com ACDC armazenado e uma boa camera fomos para o local.

Cena classica na chegada: um cemitério, crepusculo se formando no céu, estrada de terra vazia e Creedence Clearwater Revival no radio, nada mais tranquilizante.

Chegamos em uma casinha cercada por mangueiras altas, ainda havia um restinho de luz do sol, mas a casa estava vazia e abandonada. Alem do mais, não havia ali nenhum maverick.
Após ter a impressão de que uma sombra havia passado na janela iluminada pelo farol do carro, resolvemos nem descer pra conferir se tinha mesmo alguem em casa.
Toquei adiante e logo achei outra casa, la havia um senhor muito do desconfiado (nem dou razão pra ele) que nos informou que não tinha conhecimento de nenhum maverick por ali.

Como tinha compromisso as 19:00, voltamos para tras.

Após intensa pesquisa no google earth (minha ferramenta auxiliar de busca de endereços) voltamos para S.J. das Duas Pontes ontem, dessa vez eu e minha fiel escudeira Andressa kkkk.
Novamente busca pelas fazendas e sitios na região e NADA.

Levando em consideração a area informada e o raio de buscas que fizemos, posso lhes informar com aparente 90% de certeza de que "NÃO EXISTE MAVERICKS EM SÃO JOÃO DAS DUAS PONTES".


LENDA APARENTEMENTE FAKE

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Procurando a fazenda dos Opalas

Bom dia pessoal. Bom, não cumpri minha promessa de postar esta viagem na segunda-feira, porem meu motivo é nobre e vocês ão de compreender.

Neste ultimo fim de semana fomos para a cidade de Guzolandia, pequena cidade no noroeste paulista cerca de 85km de Fernandópolis (O QG dos Caçadores de Ferrugem).
Saimos cedo e nosso objetivo era encontrar a lenda da fazenda com nome de Santa e que era abarrotada de velhos opalas loucos por um resgate. E la fomos.

Durante o trajeto fizemos uma parada em General Salgado, uma cidade proxima para reabastecer os suprimentos de salgadinhos e refrigenrante, dar o famoso "Tete" para o João Pedro (meu filho de 8 meses) e se informar sobre alguns lugares da cidade, descobrimos que havia ali dois ferros-velho, e para la fomos. Porem para decepção geral da nação somente havia ali Gols, Brasilias, Fuscas, Fiats e Corceis. (sim eu sei, um dia isso ainda vai valer muito, mas é que sou fã de grandes capos e motores).
No segundo Ferro-Velho havia um belo opala 75-79 coupe, na cor bronze, porem ninguem para nos atender. Mal sabiamos que começaria ali o maior carma de toda a viagem, as portas fechadas.

Estrada a frente, General Salgado para tras, rumo a GUZOLANDIA.
O tempo estava estranho, o sol ardia porem havia muitas nuvens e tudo estava abafado. Conforme nos aproximavamos da cidade alvo um estranho temporal se formava a nossa direita.
Chegamos a Guzolandia, cidade de economia voltada a cana de açucar recentemente. A Primeira tentativa de informações sobre que direção seguir foi em um posto logo na entrada, ninguem sabia da tal fazenda. Rumei até o ferro-velho da cidade e novamente nada, no segundo posto de gasolina porém, descobri o Brasil.

Um senhor ja de idade me indicou que havia uma fazenda, não com o nome de "Santa Cecilia" como me foi passado, mas popularmente conhecida como "Fazenda do Banco". Informou onde haveria um senhor que pudesse me informar melhor a direção e para la fui, porem surpresa, não havia ninguem em casa.

Voltei ao posto de gasolina e no caminho encontrei um belo opalão coupe branco 75-79 guardado dentro de uma garagenzinha, minha sorte começou a mudar? que nada, o dono não vendia e nem estava em casa. Ja no posto de gasolina tive um susto, não estava mais la o velhinho que me falou da tal fazenda. Fudeu pensei.

Enquanto isso, o grande temporal estava estagnado, parado no céu quase como esperando a hora certa para aparecer.
Encontrei por sorte um leiteiro que me indicou o caminho da tal fazenda, rumamos novamente para o horizonte, a frente 20km de terra nos aguardavam.

Tremeliques daqui, buracos dali e olha só... que nuvem esquisita de poeira é aquela vindo em nossa direção? Há ta, lembrei... é a desgraça do temporal que estava parado, tentando agora fuder com nossa viagem. E ele veio com força e vontade, poeira para todo lado, janelas fechadas em um carro sem ar condicionado, na frente nada se via.

Assim seguimos, avançando um metro de cada vez até que cheguei na primeira cede. Corajosamente sai do carro, bati palmas e adivinhem... ninguem em casa. MERDA.
Toquei adiante e logo encontrei outra casa, nesta havia pessoas. O vento deu um tempo, ainda não caia agua. Perguntei sobre a tal fazenda do banco e o senhor me indicou o lugar, ficava mais uns 4km adentro da plantação de cana, porem ele me disse que la ele só sabia da existencia de um galaxie parado a muito tempo.

Seguimos viagem, abre porteira, come poeira, fecha porteira, come poeira, cheguei finalmente na casa cede da famosa fazenda do banco, e advinhem só, ninguem em casa. Procurei pelo caseiro e o achei em outra casa bem mais distante. Nessa hora eu ja estava mais sujo e encardido que muleque que trabalha em carvoaria ou calça jeans de mecânico porco. O cabelo se caisse uma bola em cima furava husahuashusasa.

O caseiro me informou da localização do tal galaxie, escondido em um mato proximo as antigas casinhas onde antes ficavam os trabalhadores da fazenda. Perguntei se ele nao poderia me acompanhar e recebi uma negativa como resposta, o motivo seria um incendio que ocorreu recentemente no local e que foi causa de uma grande discução com o pessoal da fazenda vizinha. Surpresa, o galaxie foi queimado no incendio. Bosta.

Rumamos para o lugar, nesta hora o temporal ja estava sobre minha cabeça, a cabeça da Andressa e do João Pedro, nuvens escuras, raios e trovões, otimo sinal pra quem quer andar no meio do mato.

Para chegar la, ainda tivemos que passar em uma estradinha cuja ponte havia caido e onde só sobrava espaço para o fiesta passar, sem nem 30cm de folga de cada lado. O mundo inteiro conspirava para a não descoberta daquele galaxie e eu ja começava a querer desistir.

Enfim achei, embaixo de uma mangueira, cercado por casinhas velhas e caindo aos pedaços, rodeado de capim alto e seco o velho e ainda majestoso Galaxie.
Semelhante em cor e modelo a este de cima.

Indescritivel aquela cena, sozinho, em uma clareira rodeada de mato alto, embaixo de uma mangueira, na companhia de um galaxie queimado mas ainda assim majestoso, vento, trovões, céu escuro. Fiquei pelo menos um minuto parado, no mais completo silencio observando aquilo. Serio, para mim foi um dos momentos mais fantasticos envolvendo carros antigos.

Saquei o celular "bom" para tirar uma foto e BU! outra surpresa. Sem bateria... Não fotografei nada no caminho da viagem para economizar o restinho de bateria que havia ali, e essa BOSTA nem ao menos liga! Inferno.
Não sobrou opção, recorri ao companheirinho de camera fraca e resolução baixa mas registrei o Galaxião, do parabrisas para tras totalmente queimado, irrecuperavel, mas do parabrisas para frente ainda estava incrivel e com aquele belo V8 repousando embaixo do capo.

Este foi o motivo de não ter postado na segunda esta historia, passei ontem o dia todo correndo atras de um cabo USB para este celular mas não achei, queria lhes mostrar as fotos. Por incrivel que pareça, a conspiração divina para que o mundo não conheça este belo galaxie até agora esta vencendo.

Sabe o que é engraçado, na volta, depois de ainda nos perdermos nas estradinhas da fazenda o temporal simplesmente "SUMIL", passou, sem nem ao menos fazer uma pocinha de agua na estradinha.

Fico feliz com esta viagem, achei uma coisa simplesmente sensacional, ainda que nao lhes possa mostrar, por enquanto, foi magico ver aquele carro. Ainda pretendo voltar la, melhor preparado e armado.
Na volta encontrei tambem um mavecão, mas sabe, depois daquilo tudo, quase passou despercebido.


NO PROXIMO TOPICO: A PRIMEIRA VEZ QUE VI UM LANDAU EM UMA FAZENDA.
NO PROXIMO FIM DE SEMANA: UMA INVESTIGAÇÃO COMPLETA PARA DESVENDAR A LENDA DOS DARTS ABANDONADOS, NÃO PERCAM shhusahusahusa